Trilha Cascuda
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Pedalando e Sonhando
Relatos de viagens na modalidade de cicloturismo.
terça-feira, 12 de julho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
O MAIS BELO TRECHO
A pedalada entre Sarriá e Palas de Rei foi, na minha percepção, a mais bela de todas as etapas do Caminho.
Os quarenta e cinco quilômetros foram feitos praticamente só por trilhas, passando por entre plantações, pequenos povoados e por terrenos pedregosos, desafiadores, que certamente poriam a prova a capacidade técnica dos mais ousados e bem preparados trilheiros, mesmo que não carregados de alforjes.
Neste trajeto conheci, quando passava por Lestedo, um carioca muito boa praça e experiente, chamado Heitor, peregrino que já percorreu várias das alternativas d’O Caminho; desta feita partiu do Caminho do Norte, que inicialmente acompanha o litoral, com paisagens de praias belíssimas e depois ingressou no Caminho Primitivo, até alcançar a junção com o Caminho Francês.
Heitor deu-me uma dica preciosa, ao saber que eu teria alguns dias livres em Compostela, sugeriu que aproveitasse para conhecer a cidade do Porto, em Portugal, utilizando o transporte ferroviário. A narrativa desta jornada até O Porto será objeto de um outro texto.
Coincidência só explicável pela mística d’O Caminho, voltei a encontrar Heitor em plena Catedral de Santiago de Compostela, no dia seguinte ao de minha chegada, quase ao final da missa dos peregrinos, em meio a uma multidão que lotava totalmente a nave principal. Mas isto já é tema do relato sobre o último trecho....
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Fotos e mais fotos
Oi Pessoal,
Não consegui, ainda, tempo para escrever os textos sobre as duas últimas etapas do Caminho.
Amanhã irei de trem (ferrocarril) até a cidade do Porto, em Portugal, quero ver se na volta consigo colocar os acontecimentos, antes que os olvide!!!
Postei algumas fotos, identificando, na medida do possível, os locais onde foram feitas.
Para visualizar as fotos, clicar no link ao lado, onde diz "Galeria de fotos Picasaweb"
ou visualizar nesta própria página ao lado.
Em breve mando mais notícias.
Não consegui, ainda, tempo para escrever os textos sobre as duas últimas etapas do Caminho.
Amanhã irei de trem (ferrocarril) até a cidade do Porto, em Portugal, quero ver se na volta consigo colocar os acontecimentos, antes que os olvide!!!
Postei algumas fotos, identificando, na medida do possível, os locais onde foram feitas.
Para visualizar as fotos, clicar no link ao lado, onde diz "Galeria de fotos Picasaweb"
ou visualizar nesta própria página ao lado.
Em breve mando mais notícias.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
O CEBREIRO e outras subidas
A pedalada entre Astorga e Ponferrada foi difícil, como mencionei ao final do relato anterior; mas nada que se compare ao enfrentamento d’O Cebreiro!!! Trata-se de um “puerto” (que é como chamam aqui o topo das serras) mítico, implacável.
A pedalada na quarta-feira (18/05) iniciou as 08:30h, com tempo ameno e progrediu bem até Vega de Valcarce, onde encontrei a beira da estrada o Albergue Nossa Senhora do Brasil, administrado por um mineiro (Itabira) e tendo como ajudante voluntária holandesa Johanna, que já morou no Brasil. Quando vi a placa parei imediatamente! Não poderia deixar de conhecer um estabelecimento que leva o nome da nossa terra. Fui recebido por Johanna, que me disse que o albergue só servia janta, mas ao saber de minha nacionalidade disse que para brasileiros o tratamento era diferenciado e prontificou-se a servir-me um prato feito (PF) com arroz e feijão, o que aceitei imediata e agradecidamente.
Enquanto aguardava a comida, chegou ao local uma brasileira, Ivani, capixaba, que em mora na capital Vitória, pouco depois chegou Jorge Luiz Trigo, uma figura, piauiense que mora há muitos anos em São Paulo. Pronto, estava feita a festa... fiquei mais de duas horas conversando e saboreando o melhor arroz com feijão que já havia comido até então, apesar de feito com o feijão marrom e não com o preto, como estamos habituados no sul do Brasil.
Quando percebi que o clima estava começando a virar, ameaçando chuva, me despedi dos novos amigos e saí apressado em direção a O Cebreiro.
Meus amigos é uma coisa inacreditável!!! São 1330m de ascensão em dezessete quilômetros de subida ininterrupta!!!
É um verdadeiro teste de submissão a sacrifício, mas que te dá uma maravilhosa sensação de vitória ao ter o seu topo alcançado. Enfrentei na subida uma dificuldade adicional, que foi uma chuva fria e grossa, que mais parecia granizo. Mas consegui vencer o gigante, chegar ao seu cume e seguir em frente, até Sarria, onde pernoitei, quase morto de cansaço.
Aguardem os próximos capítulos...
terça-feira, 17 de maio de 2011
NOVAS LIÇÕES E UMA DIFÍCIL DECISÃO
Em Belorado, a noite, depois de muito pensar, analisar o percurso ainda a ser vencido até Santiago e, principalmente, estudar a altimetria do trajeto, decidi encurtar a distância total planejada inicialmente.
Tomei tal decisão em razão da vontade de visitar meu filho, em Dublin, o que só será possível se conseguir chegar a Santiago de Compostela até o dia 20/05, sexta-feira. Assim, na segunda-feira (16/05), sai de Belorado e pedalei até Burgos, onde tomei um “autobus” até Astorga, cidade que fica a 257Km de Santiago.
Não foi fácil fazer isso, senti-me muito frustrado, pois sonhei durante meses com a realização do percurso completo. Mas creio que não teria outra alternativa, caso quisesse, como quero, aproveitar esta viagem para visitar o Fernando e conhecer a cidade em que está morando desde 2009.
Tudo bem, saber enfrentar tais percalços, tomar decisões desagradáveis e, ainda assim, manter o bom astral e a motivação é mais uma lição do Caminho.
Bem, passando a aspectos mais “leves”, me surpreendi quando cheguei a Burgos e procurei pela “Estacion de Autobuses”, pois imaginava um prédio, no mínimo, semelhante a Rodoviária de Santa Maria, uma vez que Burgos é capital da província de mesmo nome e conta atualmente com uma população em torno dos 180.000 habitantes. Qual não foi a minha decepção ao deparar com um prédio semelhante a uma garagem, bem no centro da cidade, com o interior em um formato circular, onde os ônibus param em boxes demarcados apenas por uma placa pendurada no teto e, o que é pior, estacionam com a traseira voltada para o local onde os passageiros ficam esperando, ou seja, não tem como saber o destino dos carros, a menos que faça-se a volta no veículo!!!
Quase perdi o autobus, ainda bem que um vigilante da estação, muito simpático, alertou-me e mostrou qual o carro. Outra coisa, quem coloca e retira a bagagem dos compartimentos é o próprio passageiro, sem qualquer etiquetagem para controle e identificação. Que saudades da Planalto!!!
A viagem até Astorga incluiu uma conexão em Leon, onde cheguei as 18:30h, quando o outro ônibus já estava quase saindo, tive que tirar a bici e demais tralhas do bagageiro, correr para o outro veículo e colocar tudo no outro compartimento, que sufoco... Mas consegui embarcar e chegar ao destino.
No próximo relato as impressões de uma subida interminável para chegar até Ponferrada, onde me encontro neste momento, escrevendo em um restaurante que tem rede wi-fi grátis.
SUSEYA!!!
CAMINHO DE SANTIAGO – PRIMEIRAS LIÇÕES
Percorrer o “Caminho” é realmente uma jornada de aprendizado. Recebemos lições de humildade, de superação, de gratidão e, principalmente, que devemos respeitar nossos limites, não subestimando as dificuldades de uma empreitada e nem superestimando a nossa capacidade de enfrentá-las .
Pretendia escrever um pequeno relato ao final de cada dia, não foi possível, por várias razões, a principal delas a falta de acesso a internet no local de pousada, outra, talvez mais importante, o estado de cansaço ao final de cada dia. Isto me mostrou que de pouco adianta fazer um planejamento detalhado dos percursos diários, locais de pernoite, etc., pois na verdade “O Caminho” é que te leva, impondo dificuldades geográficas, climáticas e psicológicas.
No primeiro dia consegui pedalar 58,48Km, de Pamplona até Estella (Lizarra), onde pernoitei em um albergue muito organizado e limpo. Logo na chegada, enquanto estava me registrando, conheci uma brasileira, Maria Tereza Suarez, carioca que mora em Pindamonhagaba, está fazendo o Caminho a pé e vai encontrar-se com o marido em Burgos. Super simpática, foi logo estabelecendo o melhor papo e sugerindo que preparássemos uma refeição na cozinha do albergue. Compramos os ingredientes em um local próximo e fizemos, a quatro mãos, a melhor massa com atum, pimentões, milho e molho de tomate que já comi, mesmo considerando a benevolência determinada pela enorme fome.
O segundo dia foi mais difícil que o primeiro, o clima piorou, as subidas e o cansaço aumentaram, em resumo, consegui percorrer apenas 40,62Km, chegando até Vianna, ainda em Navarra. Pernoitei em um albergue agradável, mas com um número maior de camas e uma estrutura menor quanto a duchas e sanitários. Tudo bem, faz parte do aprendizado. Viana é uma cidade medieval, bem típica, com igrejas e monastérios belíssimos. Ao amanhecer do domingo fomos acordados por uma cantoria de moradores da cidade, entoando uma canção tradicional, de incentivo e votos de boa sorte aos peregrinos.
No terceiro dia consegui chegar até Belorado, cidade próxima a Burgos, onde consegui escrever este relato, num percurso de 85,0Km, mas com muito frio e ainda mais subidas, me dando a impressão que neste país só tem subidas!!!
Por enquanto é isto, até logo mais ou até quando “O Caminho” permitir.
Pretendia escrever um pequeno relato ao final de cada dia, não foi possível, por várias razões, a principal delas a falta de acesso a internet no local de pousada, outra, talvez mais importante, o estado de cansaço ao final de cada dia. Isto me mostrou que de pouco adianta fazer um planejamento detalhado dos percursos diários, locais de pernoite, etc., pois na verdade “O Caminho” é que te leva, impondo dificuldades geográficas, climáticas e psicológicas.
No primeiro dia consegui pedalar 58,48Km, de Pamplona até Estella (Lizarra), onde pernoitei em um albergue muito organizado e limpo. Logo na chegada, enquanto estava me registrando, conheci uma brasileira, Maria Tereza Suarez, carioca que mora em Pindamonhagaba, está fazendo o Caminho a pé e vai encontrar-se com o marido em Burgos. Super simpática, foi logo estabelecendo o melhor papo e sugerindo que preparássemos uma refeição na cozinha do albergue. Compramos os ingredientes em um local próximo e fizemos, a quatro mãos, a melhor massa com atum, pimentões, milho e molho de tomate que já comi, mesmo considerando a benevolência determinada pela enorme fome.
O segundo dia foi mais difícil que o primeiro, o clima piorou, as subidas e o cansaço aumentaram, em resumo, consegui percorrer apenas 40,62Km, chegando até Vianna, ainda em Navarra. Pernoitei em um albergue agradável, mas com um número maior de camas e uma estrutura menor quanto a duchas e sanitários. Tudo bem, faz parte do aprendizado. Viana é uma cidade medieval, bem típica, com igrejas e monastérios belíssimos. Ao amanhecer do domingo fomos acordados por uma cantoria de moradores da cidade, entoando uma canção tradicional, de incentivo e votos de boa sorte aos peregrinos.
No terceiro dia consegui chegar até Belorado, cidade próxima a Burgos, onde consegui escrever este relato, num percurso de 85,0Km, mas com muito frio e ainda mais subidas, me dando a impressão que neste país só tem subidas!!!
Por enquanto é isto, até logo mais ou até quando “O Caminho” permitir.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
ALVÍSSARAS
Finalmente chegou minha mala com os alforjes, roupas de ciclismo e acessórios. A mala estava bastante avariada, demonstrando que as pessoas que movimentaram o volume nas diversas conexões não foram nem um pouco cuidadosas.
Aliás é o que comumente se ouve comentar em viagens aéreas, tanto nacionais como internacionais. É uma lástima, pela IBÉRIA nunca mais, só se não houver outra opção, ainda que mais cara!!! Aqui já são 23:30h, terminei agora a pouco de preparar a bike para “empezar el Camino de Santiago de Compostela”, o que pretendo fazer amanhã cedo.
O próximo relato, se Deus quiser, já trará as primeiras informações efetivamente bicigrinas.
ULTREYA!!!
Aliás é o que comumente se ouve comentar em viagens aéreas, tanto nacionais como internacionais. É uma lástima, pela IBÉRIA nunca mais, só se não houver outra opção, ainda que mais cara!!! Aqui já são 23:30h, terminei agora a pouco de preparar a bike para “empezar el Camino de Santiago de Compostela”, o que pretendo fazer amanhã cedo.
O próximo relato, se Deus quiser, já trará as primeiras informações efetivamente bicigrinas.
ULTREYA!!!
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