quinta-feira, 19 de maio de 2011

O CEBREIRO e outras subidas


A pedalada entre Astorga e Ponferrada foi difícil, como mencionei ao final do relato anterior; mas nada que se compare ao enfrentamento d’O Cebreiro!!! Trata-se de um “puerto” (que é como chamam aqui o topo das serras) mítico, implacável.

A pedalada na quarta-feira (18/05) iniciou as 08:30h, com tempo ameno e progrediu bem até Vega de Valcarce, onde encontrei a beira da estrada o Albergue Nossa Senhora do Brasil, administrado por um mineiro (Itabira) e tendo como ajudante voluntária holandesa Johanna, que já morou no Brasil. Quando vi a placa parei imediatamente! Não poderia deixar de conhecer um estabelecimento que leva o nome da nossa terra. Fui recebido por Johanna, que me disse que o albergue só servia janta, mas ao saber de minha nacionalidade disse que para brasileiros o tratamento era diferenciado e prontificou-se a servir-me um prato feito (PF) com arroz e feijão, o que aceitei imediata e agradecidamente. 




Enquanto aguardava a comida, chegou ao local uma brasileira, Ivani, capixaba, que em mora na capital Vitória, pouco depois chegou Jorge Luiz Trigo, uma figura, piauiense que mora há muitos anos em São Paulo. Pronto, estava feita a festa... fiquei mais de duas horas conversando e saboreando o melhor arroz com feijão que já havia comido até então, apesar de feito com o feijão marrom e não com o preto, como estamos habituados no sul do Brasil.



Quando percebi que o clima estava começando a virar, ameaçando chuva, me despedi dos novos amigos e saí apressado em direção a O Cebreiro.

Meus amigos é uma coisa inacreditável!!!  São 1330m de ascensão em dezessete quilômetros de subida ininterrupta!!!

É um verdadeiro teste de submissão a sacrifício, mas que te dá uma maravilhosa sensação de vitória ao ter o seu topo alcançado. Enfrentei na subida uma dificuldade adicional, que foi uma chuva fria e grossa, que mais parecia granizo. Mas consegui vencer o gigante, chegar ao seu cume e seguir em frente, até Sarria, onde pernoitei, quase morto de cansaço.

Aguardem os próximos capítulos...

Um comentário:

  1. Dizem que não interessa o caminho. O importante é caminhar. Prá mim: o melhor tempero é a fome fome! Grande abraço, Míriam e Sofia.

    ResponderExcluir